Samba de Coco Raízes de Arcoverde representa o Sertão no Prêmio da Música Brasileira

O grupo Samba de Coco Raízes de Arcoverde fez história na noite desta terça-feira (4), ao representar Arcoverde na 32ª edição do Prêmio da Música Brasileira, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, o grupo concorreu na recém-criada categoria “Raízes – Artista”, ao lado de nomes consagrados como Alceu Valença, Elba Ramalho, Joelma e Dona Onete.

Com mais de 30 anos de trajetória, o Coco Raízes de Arcoverde levou ao palco nacional a força de sua musicalidade ancestral, marcada pelo “trupé”, os sons percussivos dos pés batendo com tamancos de madeira sobre o tablado. As sandálias são feitas artesanalmente pelo mestre Assis Calixto, de 79 anos, um dos fundadores do grupo. “Esse reconhecimento fortalece nossa caminhada e preserva a memória do mestre Lula Calixto. É um marco para a cultura popular nordestina”, celebrou Assis.

Também fundador e irmão de Assis, o cantor e produtor cultural Damião Calixto, de 78 anos, reforçou o valor coletivo da conquista. “Somos um grupo independente, com raízes na cultura negra e indígena. Fazemos arte popular com identidade, história e resistência”, afirmou.

A indicação foi anunciada em abril, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), e marca um novo patamar para o grupo que nasceu em Arcoverde, cidade reconhecida nacionalmente como a terra do samba de coco. Mais do que uma premiação, o feito projeta a cultura do Sertão de Pernambuco para todo o Brasil, evidenciando a importância de manter vivas as tradições e os saberes populares.


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